Existem muito poucos acidentes aéreos com correio de Angola. Um desses ocorreu em 1958 com um avião da Sabena. O voo partiu de Bruxelas a 18 de Maio de 1958 com destino a Leopoldville no ex-Congo Belga e com escala em Lisboa. Uma vibração forte no motor n.º 1 do avião forçou a tripulação a desligá-lo e procurar um aeroporto de recurso para reparar a avaria. O aeroporto de Casablanca em Marrocos foi o escolhido pela sua proximidade, tendo sido de imediato avisado de que havia necessidade de uma aterragem de emergência.
 |
| Avião Douglas DC-7C |
As 04H19 a pista 21 do aeroporto foi disponibilizada, mas na tentativa de poiso a tripulação falha o início da pista. Cerca de 600 metros depois da cabeceira da pista o avião ainda estava a 5 metros de altura, com o trem de aterragem para baixo. Com os flaps em utilização total e potência máxima aplicada nos restantes motores, tentou-se fazer subir o avião numa curva acentuada para a sua esquerda, mas quando atingiu uma altitude de 25 metros o avião parou e embateu contra um edifício militar, incendiando-se de seguida.
 |
| Cockpit do avião |
Segundo o relatório, o procedimento teria sido aplicar apenas gradualmente a potência dos motores para atingir a velocidade V2, retrair o trem de aterragem e colocar os flaps numa posição 50-20º.
Causa provável do acidente: Um erro de procedimento na reaplicação da potência dos motores e insuficiente velocidade para efectuar a manobra.
Ficha técnica
Data: 18 de Maio de 1958
Hora: 04H25
Local do acidente: Aeroporto de Casablanca – Marrocos
Avião: Douglas DC-7C, construído pela Douglas Aircraft Company
Companhia de bandeira: SABENA
Matrícula: OO-SFA
Carreira: Bruxelas – Lisboa – Leopoldville
Piloto: Em. Pauwels
Tripulação: 4 pilotos e 5 assistentes de bordo – todos mortos
Passageiros: 65 tendo apenas sobrevivido 4
Motores: 4 x Wright R-3350-30W com 3.250hp cada
Velocidade máxima: 653 kms/h
Velocidade cruzeiro: 570 kms/h
Uma parte do correio transportado neste voo foi recuperado, tendo-se aplicado um carimbo, batido a preto ou a violeta “SINISTRE / CASABLANCA”. É o caso da carta que se reproduz na figura 1.
 |
| Figura 1 |
Foi remetida de Bruxelas (16.05.58) com destino a Luanda (24.05.58), pagou de porte 8,00 francos belgas (franquia mecânica), tendo marcada com o carimbo alusivo ao acidente na cor preta. De Leopodville para Luanda foi transportada pelos aviões da DTA.
 |
| Mapa |
Bibliografia
Recovered Mail (1937-1988), Henri L. Nierinck
Sem comentários:
Enviar um comentário